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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Santa Missa: Cantar COM ou PARA a assembléia?

Que bonito e contagiante é quando se participa de uma missa onde toda a assembléia canta e vibra com as canções. Dá um ânimo e uma vontade de participar também. Não há quem fique indiferente.
Infelizmente, muitos ministérios de música ainda não entenderam o quanto o que fazem pode ser decisivo para uma pessoa parcipar da missa com ânimo e entusiasmo ou simplesmente ASSISTIR a missa feito uma estátua.
Muitas vezes nos preocupamos tanto em tocar e cantar bem que esquecemos que os cantos da missa precisam também ser acompanhados pela Assembléia.
Por outro lado, pensando ainda na assembléia, é preciso também ter consciência de que o canto está sendo apoiado por instrumentos musicais que podem fazer muito mais do que executar acordes dentro de um campo harmônico.

Veja o que diz o parágrafo 24 do documento 79 da CNBB:
“24. Ainda são freqüentes as celebrações em que alguém ou um grupo executa sozinho todos os cantos, não se importando com a participação do povo; assembléias que pecam pela passividade e desinteresse pelo canto; ou, ao contrário, celebrações em que a assembléia executa todos os cantos, sem valorizar outras possibilidades (solo, grupo, coro, forma litânica).”

Aqui, apesar da CNBB distribuir a culpa entre os músicos e a assembléia, como ministros de música, temos que assumir nossa total responsabilidade por esse problema. Como alguém terá o interesse despertado por uma música que nunca ouviu, que está sendo mal tocada, em um som de péssima qualidade, horrivelmente ajustado e sem ao menos a letra da música para acompanhar?
Existem dicas muito práticas que resolvem isso. É questão de organização muitas das vezes. É claro que a formação musical dos ministros de música é muito importante para que o produto final saia bem acabado. Entretanto, ações simples como um breve ensaio antes da celebração, a distribuição (ou venda) de um livro ou folha de cantos ou a projeção das letras dos cantos em um Telão, já resolvem 90% dos problemas.
Afinal de contas, quem não gosta de cantar? E é na missa que todos temos a oportunidade de soltar o nosso lado cantor sempre aprisionado nos chuveiros da vida.
Santa Cecília, rogai por nós!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Missa não é Show


“O canto e a música desempenham sua função de sinais de maneira tanto mais significativa por ‘estarem intimamente ligados à ação litúrgica’, segundo três critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação unânime da assembléia nos momentos previstos e o caráter solene da celebração. Participam assim da finalidade das palavras e das ações litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos fiéis” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1157).
Não pretendo fazer aqui um tratado de liturgia, apenas darei algumas dicas sobre a postura do ministério de música em animações litúrgicas, especialmente nas Celebrações Eucarísticas.
Na Santa Missa, o presidente é o sacerdote; portanto, antes de toda e qualquer celebração, converse com o padre e exponha o que o ministério preparou em unidade com a equipe de liturgia.
Sei de toda a complexidade e até das diferentes interpretações sobre a liturgia que alguns padres dão; em todo o caso, vale a máxima: “Quem obedece não peca”. Portanto, consulte-o e obedeça-lhe.
Se você tiver conhecimento o bastante sobre o assunto e abertura com o sacerdote, poderá defender sua opinião; o diálogo nos faz crescer. Mas converse em outro momento, não poucos minutos antes do início da celebração.
Na Celebração Eucarística, a música deve contribuir para o engrandecimento e a profundidade dos momentos litúrgicos; por isso, cada canção precisa se encaixar com o momento certo e acompanhar os tempos litúrgicos.
Santa Missa não é show! Não chame a atenção do povo para si ou para seu grupo musical. Na Eucaristia, Jesus é o centro. Não desvie a atenção das pessoas com “caras e bocas” durante a interpretação de uma música, nem na execução de um solo instrumental. Tampouco converse durante a Celebração Eucarística, escolha antecipadamente as músicas e seus respectivos tons. Se houver extrema necessidade de algum diálogo, faça-o da forma mais discreta possível. Nada mais desagradável do que um ministério se entreolhando com ar desesperado, de: “Qual a próxima música?” ou “Qual o tom?”.
Não use, durante a Missa, roupas com cores fortes ou estampadas, a não ser que você seja convocado de surpresa e não tenha condições de se trocar. Também não use, de jeito nenhum, roupas sem mangas, decotadas, transparentes ou bermudas durante a Celebração Eucarística.
Escolha os cânticos de acordo com as leituras e o tempo litúrgico. Não se pode cantar os “hits”, a não ser que se encaixem com o tema da celebração.
Peça aos músicos que toquem de forma harmônica e com um volume que favoreça a oração. Já vi muitas vezes sacerdotes e ate bispos serem “martirizados” pelo alto volume dos instrumentos, inclusive da bateria, montados a menos de um metro de seus ouvidos, em palcos pequenos.
Não use a harmonia mais complicada que você sabe tocar. Nas celebrações, precisamos ajudar o povo a rezar as canções. Acordes muito dissonantes não são os mais indicados nessas ocasiões. Cuidado para não fazer das Missas uma “válvula de escape” para seu desejo de tocar no “Free Jazz Festival” ou no barzinho mais “out” de sua cidade.
Ensaie com os fiéis antes da Missa. Ensine-lhes os cânticos novos e motive-os a rezar com eles.
Algumas fórmulas da Santa Missa, como o “Cordeiro de Deus”, não podem ser modificadas. Estude liturgia! Em liturgia não dá para improvisar.
Não queira ser um ministro de música “garçom”, que apenas serve aos outros o banquete. Participe ativamente de cada momento da Celebração, sente-se à mesa. Você também é um “feliz convidado para a Ceia do Senhor”.
Se você é animador de música na liturgia, não multiplique as palavras. Não queira fazer uma homilia a cada música, nem queira roubar o papel do comentarista.
Luiz carvalho Fundador da Comunidade Recado

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Ministério de Música

  A música é um grande ministério capaz de realizar a união entre o sonho e a realidade, a razão e a emoção. É capaz de tocar as áreas mais profundas do coração do homem, enfim, ela é certamente, obra das mãos de alguém cheio de amor que pensa nos mínimos detalhes acerca dos alvos do seu amor, o homem.
   O ministério de música tem a responsabilidade de resgatar a música de todas as distorções e do mau uso que fazem dela. O papel do ministro de música é de levar as pessoas a abrirem o coração ao louvor e a oração por meio da melodia e dos cânticos. Ministrar música é, sobretudo, ministrar o louvor ao Senhor. E como este é um ministério de louvor, os seus membros precisam ser cheios da unção de Deus, carregados da mensagem de amor que Deus tem para o homem, da mensagem do Pai para os seus filhos. Além disso, o ministro de música precisam também levar as pessoas a descobrirem o que há no mais recôndito dos seus corações, e fazê-los transbordar com seus corpos e suas vozes, um agradável louvor ao Senhor e uma explosão de verdadeiro e fraterno amor para com os irmãos. É preciso utilizar todos os recursos que a música possui para alegrar o coração de Deus e dos homens. Quando bem trabalhada e usada em todas as suas potencialidades, a música transforma o coração do homem, por isso é papel do ministro de música, descobrir uma forma de extrair dela o máximo de sua beleza e riqueza, a fim de encontrar e converter aqueles que, até então, só tinham ouvido algo vazio, sem mensagem de vida eterna.
   A música, dentro da nova evangelização, é um meio eficaz para levar o amor de Deus aos corações sofridos, desanimados, cansados, perdidos e resgatá-los para Ele. O ministro de música tem como missão primordial evangelizar e a sua postura a de alguém que está continuamente em sintonia com o criador, pra que a música ministrada por ele, quer seja por meio da sua voz ou pela execução de seu instrumento, cumpra o objetivo de alegrar, de enternecer, de Fazer voltar o coração do homem para Deus, para as coisas verdadeiras.
   Precisa ser plenamente consciente de que é apenas um pequeno instrumento nas mãos de Deus, de que é um servo de Deus, de que tem um chamado de Deus, de que possui um dom dado por Deus e de que este dom não é seu e sim Daquele que por misericórdia lho deu. E o deu para que o servisse, para que levasse o seu amor aos homens, para que levasse a verdade aos homens e a verdade os liberte. Os homens têm sede de Deus e estão cansados de ouvir música que não acrescentam em nada a eles, pelo contrário, tiram deles, tiram a sua dignidade, a sua pureza, a sua castidade, a vivência do amor verdadeiro, o respeito devido ao outro, que tiram deles a consciência necessária para ser feliz e fazer os outros felizes. Os homens não necessitam de mais uma música bela, mas de músicas cheias da unção de Deus, cheias de testemunho vivo do amor de Deus pelo seu povo. Músicas que façam a diferença, que os ajudem a buscar uma vida nova, que sejam profecias de Deus, que os curem, que os libertem de todo mal, que os ajudem a buscar a verdade pessoal e não a mentira, a fantasia, a ilusão, que os aprisionam e denigrem a sua verdadeira imagem que é a de Jesus Cristo, que sejam capazes de elevar os frascos, de aliviar a dor que muitos carregam em seus corações.
   O ministro de música deve ser alguém que carregue em si uma forte experiência com o Senhor, porque possui a grande responsabilidade de ser canal para que a graça de Deus seja derramada em profusão na vida de seus filhos, ser canal da água viva que regará a vida de seus filhos, que dará vida verdadeira e em abundância à vida medíocre, mundana, sofrida de seus filhos.
   O ministro de música precisa colocar totalmente à disposição de Deus este dom, precisa colocar nas mãos de Deus a sua voz, o seu instrumento, os seus acordes, porque não é chamado a utilizar a música como passatempo, para fazer um "show", para aparecer ou ser elogiado, mas para cumprir a vontade de Deus, para servir a Deus, para que Deus seja glorificado e amado, para ajudar a colocar o coração dos homens em sintonia com o de Deus. Quem deve aparecer é Deus e a sua verdade. A sua música deve ser ou deseja que seja uma profecia da própria vida, deve haver uma unidade entre aquilo que ele canta e aquilo que ele vive ou deseja viver. Somente assim será terra boa onde o Espírito Santo poderá produzir os seus frutos.
   Existe um aspecto muito importante que não pode ser esquecido pelo ministro de música, que é a maneira como deve apresentar-se. Suas roupas devem ser sóbrias. Roupas coloridas demais, saias curtas, blusas e calças justas não são devidas. Também deve ter cuidado com a forma que canta e dança, para não expressar sensualidade e descaso.
   Além de todos estes aspectos existe um que é o mais importante de todos: estar aos pés do Mestre. O ministro de música precisa ser uma pessoa de oração, de adoração, de estudo bíblico, de busca freqüente aos sacramentos da eucaristia e reconciliação, ter amor e devoção a Maria, fazer parte de um grupo de oração ou comunidade.
   Peçamos ao Senhor a graça de ser como Davi, cheio da sua unção, capaz de expulsar todo o mal e acalmar os corações aflitos através do ministério de música.
Bendito seja Deus para sempre!
Escola de Formação Shalom

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Perfil do Ministro de Música

"... tenha visto um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é um valente guerreiro, fala bem, e é de bela aparência e Iahweh está com ele". (I Sm 16, 18)


O ministro de música, antes de tudo, deve ser um homem de Deus. Deve ter uma vida reconciliada com Deus e os homens em vista da missão dada por Ele mesmo: evangelizar com a arte musical. Deve ser como Davi, que além de tocar era um valente guerreiro que falava bem e de boa aparência, no entanto o mais importante era que o SENHOR estava com ele: ele era um homem de Deus.


Quando se fala de perfil do ministro, está se falando do pensamento do ideal para o serviço, que se constrói na vida cotidiana. Assim, enumeramos o que vem a ser luz e motivação diante do que Deus quer realizar:


1- Silêncio


"... um tempo para falar e um tempo para calar". (Eclo 3,7)


O ministro de música precisa valorizar devidamente o silêncio dentro do seu ministério, sabendo discernir quando e como fazê-lo, este momento não deve ser infecundo, mas fecundo, pois é exatamente neste silêncio que Deus o visita e irriga a semente que Ele plantou; a postura adequada é de escuta e acolhimento ao que Ele plantou, a postura adequada é de escuta e acolhimento ao que Ele tem para dar.


É importante o silêncio no ministério, mas também é importante o silêncio do ministro de música, é sobretudo o próprio ministro que deve saber o tempo de calar e o tempo de ação, canto, evangelização.


Muitas experiências com Deus se dão no silêncio que se faz em Sua Presença e Majestade, vemos então a importância do silêncio, pois se há experiência há testemunho, e qual seria o sentido de ministrar música se não sou testemunha? Se no meu canto não há verdadeira evangelização? Tudo parte do meu silêncio orante diante de Deus e então começa a verdadeira missão, fundamentada na Vontade de Deus.


2- Obediência


"Eu sou a serva do Senhor: faça-se em mim segundo a tua palavra".(Lc 1,38)


Os que por Deus são chamados a serem ministros de música recebem com este chamado graças que o capacitam a corresponder esse chamado, dentre elas a obediência.


O que é a obediência do ministro de música senão fazer a vontade de Deus? Um músico eleito não faz mais a sua vontade, mas a de Deus, a não ser que sua vontade coincida com a de Deus... Mas sabemos que nem sempre é assim, então Deus nos concede a graça para que se possa ser fiel a Ele.


Na verdade não existe ministro de música não obediente, pois ser ministro de música não é uma escolha do músico, mas de Deus, e se o músico diz Sim ele correspondeu ao chamado Divino, em outras palavras: obedeceu.


A primeira pessoa a quem o ministro de música deve obediência é a Deus. As pessoas que devemos obedecer são na verdade, Mediadores da autoridade concedida por Deus. Devemos obediência as nossas autoridades, não por elas mesmas, mas porque a elas foi dada a missão de representarem a Deus.


O músico deve ser atento a sua vivência da obediência, pois Deus lhe chama constantemente a obediência para ser feliz, na oração pessoal, na leitura de Sua Palavra, na eucaristia ou através da mediação das autoridades constituídas por Ele, de uma maneira muito especial, as autoridades eclesiásticas, mas também o coordenador do ministério, por exemplo.


A obediência é uma grande fonte de bênçãos, eficaz instrumento que o Senhor utiliza para purificar a nossa vontade nos tornando livres para seguir Jesus Cristo. (cf. ECCSh 131).


A eficácia de uma evangelização depende totalmente da obediência, sem a obediência tocar ou cantar será em vão, de nada valerá..., pelo menos para nós, embora parcialmente edifique os outros.


3- Profissionalização


Além de uma necessidade e de ser vontade de Deus, a profissionalização é uma fonte de eficiência diante do empenho que é exigido no serviço, não deixando, de exigir um empenho próprio para conquistá-la, com entusiasmo e perseverança. É muito importante ressaltar que ela está abaixo do amor a Deus, não pode ser prioridade quando não há vida concreta de oração, pois será um simples sinal deste amor.


Na velha batalha entre a vida espiritual do ministro e o seu desejo de progresso, no tocar ou no canto, que só será verdadeiro se for fruto do progresso interior, pode-se dizer que profissionalizar-se é viver um dos aspectos necessários no cumprimento da missão própria do ministro de música, afinal Deus fará na humanidade do servo a aptidão natural aperfeiçoada pelo conhecimento, estudo técnico, cuidados básicos com os devidos instrumentos utilizados, desde a bateria até as cordas vocais.


Haja, contudo, um cuidado quando se busca a técnica, com a influência de instrutores(as) de música que tenham, além de uma visão, uma vida ou ideologia não evangélica, especialmente na área específica da qual estamos tratando. Isto para que não haja quebra de uma reta intenção do coração, muito menos a direção que deve tomar o ministro no seu serviço. Se a técnica é instrumento de desvio, melhor seria operar a graça na "fraqueza" do servo. Ser um profissional no Reino pede uma maturidade e uma abertura para que Deus continue sendo o centro das opções e da vida do músico.


4- Humildade


O humilde, pousa os olhos no Senhor: "Tu sois Santo, Tu sois Altíssimo." Sabe que por si só nada tem e nada é; reconhece imediatamente o bem que em si existe e as qualidades que possui, mas tem sempre em mente a expressão: Que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias como se não o tivesses recebido? (I Cor 4,7); humilha-se no reconhecimento do seu próprio nada e da sua absoluta dependência de Deus, e mantém-se no lugar que lhe compete.


O humilde vê com clareza que tudo recebeu de fora, tanto na ordem da natureza: vida, corpo, inteligência, talento, saúde e força, olhos, membros, etc; como na ordem da graça. "Deus produz em nós o querer e o agir"(Fil 2,13), "não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar coisa alguma, porque a nossa suficiência vem de Deus"(II Cor 3,5); nenhum pensamento, nenhuma decisão salutar, grata a Deus, nenhuma obra boa, nem mesmo a mais íntima, nenhuma oração. Nenhum ato de fé ou de caridade provêm do servo nem pode-se tomar completamente para si. Mesmo a cooperação com a graça, o fato de não se abusar dela e de se lhe corresponder inteiramente, é fruto da ação de Deus na vida do ministro. Quão exatas são as palavras do Apóstolo: "Que tens tu que não tenhas recebido?" Nada, absolutamente nada !


Ele sabe, todavia, que há algo exclusivamente do homem: o pecado. O humilde sabe muito bem que, abandonado a si mesmo, só disso é capaz: de pecar. Se não caiu ainda nestes ou naqueles pecados, não o deve a si mesmo, mas unicamente a Deus que, na sua infinita misericórdia, o preservou: isolado não teria podido defender-se. Como o publicano do Evangelho, reconhece-se pecador, e indigno de levantar os olhos ao céu, indigno da estima e do afeto dos homens; merecedor de ser tratado apenas como é: um pecador.


É dizer como São Francisco: "Quem és Tu, quem sou eu". É olhar para si com os olhos de Deus para conhecer-se, acolher-se e amar-se com o Seu amor. Como transbordamento de uma conversão que se dá constantemente a partir deste conhecimento saberá o ministro ser, na sua missão, o que Deus quer, o que Ele pensa, o que Ele espera.


5- Serviço:


Aquele que serve "deve 'fazer-se tudo para todos'(I Cor 9,22) a fim de conquistar todos para Jesus Cristo... Particularmente, não imagine ele que lhe é confiado um único tipo de almas..." (CIC 24)


Uma forte característica do bom ministro de música é o serviço: lavar os pés dos outros com água nova, amar a todos, dar-se sem medir, fazer a vontade de Deus... sempre no louvor, fazendo uso de uma linguagem atualizada e própria para cada instante. Aqui se pode destacar tanto a renovação do repertórios utilizados nas diversas assembléias (congressos, cursos, missas...), como o uso dos carismas em benefício do povo ao qual se serve.


É importante, neste aspecto do serviço, refletir que:


Ser da linha de frente é servir primeiro, buscando imitar mais de perto o Senhor, sofrendo as primeiras conseqüências, chegando antes e saindo depois.


Estar na ofensiva e na defensiva é servir na batalha espiritual, ao Senhor e ao seu povo. Dispor tudo para Deus indo contra a ação silenciosa, sutil ou mesmo nítida do inimigo, intercedendo para que se abra o céu num derramamento de graça. Estar atento ao que possa romper com a ação de Deus e pela graça, pela unção, defender a assembléia, "o coração do homem", contra os ardis do demônio, ou mesmo, contra as próprias tendências da carne.


O ministro de música está:


- A serviço da Trindade: Servir ao Pai, por Cristo, no Espírito, fazendo, por sua vez, a vontade de Deus - como Jesus, pobre, obediente e casto - na unção do Espírito, precisando ir onde Deus mandar, esperando, vivendo e crendo n'Ele. Por amor...


- A serviço do povo de Deus: Ë para o povo que existe o ministério de música. Este é auxílio, porte da graça. Deus realiza por meio de homens para alcançar outros homens. Não é fazer o que o povo quer e sim saber o que Deus quer fazer em favor do povo. Servir bem é, portanto, dar somente o que vem de Deus para saciar a fome e a sede do povo.


- A serviço da Igreja: Ministramos o que cremos e não a nós mesmo, e não a cultura, o conhecimento por ele mesmo, a lógica. Ministramos a verdade conhecida e experimentada, a graça recebida e transbordada, a fé acolhida e vivenciada. É indispensável a coerência entre a vida do servo e a fé professada pela Igreja, afinal, como Igreja as partes formam um todo que necessita estar em unidade e esta unidade exige conhecimento, busca da verdade, renúncia das próprias mentalidades geralmente formadas pelos ditames do mundo.


6- Disponibilidade


Numa visão generalizada aquele que deseja cuidar com fidelidade da missão à qual o Senhor lhe convidou a servir, necessita estar disposto a dar-se sem medidas. "Amar é dar-se até doer". (Madre Teresa de Calcutá). O ministro de música é igualmente chamado a sair de si, a servir. Não é um ministério para os que se servem, nem tão pouco para os que preferem servidos, mas para os que preferem oferecer gratuitamente o que recebem de Deus e o fazem por gratidão ao próprio Deus. O desejo do sacrifício deve, assim, ser como um motor que leve o eleito a sempre ir além, a dispor não somente as suas possibilidades e potências ao Senhor e aos irmãos, mas ao sacrifício cotidiano do que é lícito para unir, como a viúva no templo, o que de nós é mais precioso em favor da edificação do Reino.


Existem, contudo, algumas formas de servir-se no ministério: não participar de ensaios; não comparecer às formações; cantar ou tocar apenas o que se gosta ou quando se está bem, ou ao menos considera estar bem. Quem está neste rol precisa buscar a sua verdade pelo fato de ainda não ter entendido que ministério é serviço a Deus e ao outro.


7- Maturidade humana


Ao falarmos sobre o tema maturidade humana imediatamente imaginamos que seja o momento da vida do homem no qual alcançou o discernimento pleno para dirigir sua vida e realizar grandes coisas sozinho, no entanto, na vida cristã, o homem atinge a maturidade no momento em que conhece a sua verdade, sua pequenez, sua fraqueza, lança-se inteiramente nas mãos de Deus e colabora com a sua ação.


Exatamente porque reconhece a sua fragilidade, sua pequenez, sabe que não pode dirigir sua vida sozinho, necessita da ação do Espírito Santo sobre a sua natureza humana, porque só o Espírito desenvolve perfeitamente as suas capacidades humanas, intelectuais, espirituais, suas aptidões, até que alcance a idade madura.


Uma boa maneira de perceber como se caminha para a maturidade é poder responder, na verdade a algumas indagações como:


- Tenho compreendido que necessito me relacionar intimamente com o Espírito Santo? Sou um daqueles que agem como se o Espírito Santo não existisse? Tendo o Espírito Santo em mim, posso continuar com uma vida medíocre?


- Sou bastante dócil ao Espírito Santo, bastante disponível para seguir seus conselhos ditos em segredo ao meu coração, seus misteriosos convites? Sou capaz de responder a seus apelos pelo verdadeiro progresso que é o interior?


- Tenho agilidade diante dos impulsos do Espírito Santo? Deixo o Espírito Santo inteiramente livre para dirigir a minha vida de acordo com a sua vontade?


- Tenho colaborado com todas as minhas forças com a ação do Espirito Santo para que todas as minhas aptidões, talentos sejam plenamente desenvolvidos? Deus me deu muitos talentos a nível espiritual, humano, intelectual e eu tenho colaborado para que estes talentos se multipliquem?


- Nas minhas tribulações, nas minhas dúvidas, tenho sabido invocar o Consolador? Sou eu um obstáculo à ação do Espírito Santo em minha própria alma?


- É mais um dos caminhos que o ministro necessita, com diligência, trilhar para servir conformado ao Evangelho. Como ensina a Santa Madre Teresa de Jesus de Ávila: "Quanto mais humano, mais santo".


8- Unidade


Para que a música seja ministrada com poder, na ação do Espírito, é preciso que haja harmonia de relacionamento entre aquele que ministra a música e aqueles que irão fazer uso da Palavra; entre quem anima e quem conduz a oração; entre vocal e instrumental; entre vocais; entre instrumentistas; entre ministério e assembléia. Enfim, a unidade, que será fruto de uma graça de oração e docilidade à ação do Espírito, é essencial para que todos bebam de todo bem, graça e unção que Deus deseja derramar.


Por exemplo, após uma pregação a música a ser ministrada deve ser uma continuidade de tudo o que foi pregado, desta maneira, não haverá quebra no que estava sendo conduzido. Para haver esta harmonia entre a pregação e a música, o ministro deve estar atento o tempo todo ao que está acontecendo, ao que está sendo falado.


Em outros casos, como a Celebração Eucarística, é preciso haver coerência entre o tom da liturgia, conforme o tempo onde se está celebrando, e o serviço na música. Na quaresma não se canta o glória nem aleluia, caso o ministro não seja bem formado e faça uso de um desses cantos, estará indo de encontro com o que pede a liturgia, e isto é uma forma de se quebrar a unidade.






Existem muitas formas de construir ou de quebrar a unidade, cabe a cada ministro o zelo pelo conhecimento pessoal das mentalidades que se traz quanto ao "ser" e o "fazer" o melhor, como no que diz respeito ao conhecimento intelectual de liturgia, oração de grupo, animação, da mesma forma, que o conhecimento da vontade de Deus para cada instante em que se serve. Sem docilidade e disponibilidade a Deus e aos irmãos não se constrói a unidade.


9- Postura


Para ministrar com poder também é preciso um cuidado com a aparência, pois o músico deve sempre ter a postura de servo, para Jesus aparecer no seu lugar. Outrossim, como o músico é templo do Espírito Santo (I Cor 3, 6), deve cuidar do templo que é ele mesmo e vestir-se com sobriedade, usando roupas que não provoquem sensualismo. Não vista-se com exuberância, mas com simplicidade. Para facilitar, é bom até que se tenha um uniforme, algo simples, para ser usado nas apresentações, eventos ou missas e dar um toque especial na unidade.


A postura do músico não deve ser a de aparecer com seu instrumento ou sua voz, mas de deixar Cristo aparecer em si mesmo. É importante que o músico cante com o corpo todo, mas que não faça gestos exagerados nem escandalosos.


O músico não precisa focar escondido atrás das caixas ou do seu instrumento. Há pessoas que se escondem atrás de uma guitarra, ou de um teclado, para não deixar que Jesus o cure e o toque!


Outra dica importante é evitar conversas paralelas que não estão no contexto do evento e que não hajam certos tipos de brincadeiras, durante a atuação do ministério, ou melhor, a sobriedade caminhe ao lado de todo aquele que se dispõe ao serviço.


10- Alegria


São Tiago nos diz: "Está alguém alegre? Cante salmos" (Tg 5, 13).


A alegria é a expressão maior de quem tem Deus no coração. Dizia Santo Agostinho: "Um Santo triste é um triste santo!". O coração e o rosto do músico devem transbordar de alegria, pois não convence ninguém um cantor que ministra sem a graça do louvor e da alegria.






"Alegre-se o coração dos que buscam o Senhor" (Sl 105, 3).






Comunidade Shalom

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O ministério de Música na Bíblia

Eis alguns dos eloqüentes exemplos que encontramos na bíblia sagrada:

I Sam 16,23: "E sempre que o espírito mau, permitido por Deus acometia o rei Saul, Davi tomava a harpa e tocava. Saul acalmava-se, sentia-sealiviado e o espírito mau o deixava". Vemos neste texto Saul atormentado por espíritos malignos, e libertado pela música ministrada por Davi com sua harpa. O ministério de música é aqui usado em seu aspecto libertador e curador, o que demonstra o seu grande poder e o auxílio que presta ao ministério de cura e libertação.
 
Rs 3,1 4-18: "Eliseu disse: ‘trazei-me um tocador de harpas.’ Apenas fez o tocador vibrar as cordas, veio a mão do Senhor sobre Eliseu... e eleprofetizou dizendo: ‘Ele também vai entregar Moab em suas mãos.’" Nesta passagem nos deparamos com o fato de que Eliseu, embora fosse um grande profeta, ter precisado que o ministro de música viesse com a sua harpa tocar. Isto abriu espaço para o Espírito Santo inundar o profeta e levá-lo a profetizar a vitória do povo de Israel sobre o povo de Moabe.
Este fato nos leva a perceber como é fundamental o auxílio do ministério de música. 
 
I Cor 15,16-22: "Davi disse aos chefes dos levitas que estabelecessem seus irmãos como cantores com instrumentos de música, cítaras, harpas ecímbalos, para que sons vibrantes e alegres se fizessem ouvir. Os levitas constituíram Hemã, filhos de Joes, e dentre seus irmãos, Asaf, filhos deBaraquias... Zacarias, Osiel, Semiramot, Jaiel, Ani, Eliab... os porteiros. Os cantores Hemã, Asaf e Etã, tinham címbalos de bronze... Zacarias, Osiel, Semiramot... tinham cítaras em soprano..."
Ao ler este texto poderíamos perguntar para que tantos nomes e para que tantas especificações.
 
Na verdade, tudo isto é de fundamental importância pois nos ensina que o ministério de música era, para os levitas e para Davi, algo organizado e
definido.
 
Também fica explícito de que não era algo improvisado, formado apenas na hora da necessidade.
 O ministério de música deve ser planejado, estruturado e orado!

Se naquela época já era assim, quanto maior são as nossas responsabilidades atualmente e o dever pela dedicação.
E se os instrumentistas do mundo se esmeram horas a fio para aprimorar suas técnicas em favor apenas de si mesmos, quanto mais não devemos ministros de música bem instruídos para louvar o nosso Deus e senhor! 
 
I Cor 14,15: "orarei com o espírito, mas orarei também com o entendimento, cantarei com o espírito, mas cantarei também com o entendimento."
Precisamos de boa técnica, mas, com ela e  acima dela, da unção do Espírito Santo de Deus, inspirador de todo louvor.
 
Ef 5, 18-21: "Enchei-vos do Espírito e não vos embriagueis com vinho que é fonte de devassidão. Recitai entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais.
Cantai e celebrai de todo o coração os louvores do Senhor."
 
Apoc 14,1-5: "Eis os escolhidos que traziam na fronte o nome dele e o nome de seu Pai. Ouvia, entretanto, um coro celeste semelhante ao ruído demuitas águas... cantavam como que um cântico novo... ninguém podia aprender este cântico, a não ser os escolhidos..." E para que os escolhidoscristãos aprendam a cantar este cântico novo é preciso que comecem agora , juntos com os músicos de Cristo a se abrirem a ação do Espírito Santo que nos move cantar. E louvar ao Senhor. "
 
O Ministério da Música é um dos mais tentados pelo adversário de nossas almas, em contrapartida também é um dos mais
abençoados pelo nosso Deus que ama a Música profundamente.