José era carpinteiro e fabricava diversos utensílio de madeira: portas, janelas, carroças, arados, etc. Teve mais coragem que os outros rapazes e aproximou-se da família do senhor Joaquim, estabelecendo amizade com todos, porque estava simpatizando com MARIA e desejava frequentar a residência de seus pais.
Nas oportunidades procurava conversar com ela, falar de seu trabalho, dos planos, dos projetos futuros, descrevendo passagens e casos pitorescos ocorridos com sua família para faze-la sorrir e participar de sua vida.
Ela sempre reservada, delicadamente ouvia as narrativas, mas procurava afastar-se, embora lhe agradasse os assuntos e as atenções dele, contudo não as estimulava. Deixava que as coisas acontecessem como bons vizinhos que eram, no pequeno lugarejo de Nazaré.
Todavia, a medida que aconteciam as visitas, o interesse dele crescia e se tornava cada vez mais forte. José andava entusiasmado e não escondia as suas reações. Ela ao contrário, mantinha-se com visível discrição, ouvia as insinuações dele, mas calava-se. Entretanto, na continuidade das visitas, o entendimento entre ambos expandiu-se e robusteceu, dando coragem a MARIA de confiar a José o grande segredo de sua vida. Num dia, quando os dois jovens conversavam sobre a existência e as coisas do cotidiano, ela explicou que gostava da companhia dele e inclusive, também simpatizava com ele, mas desejava que continuassem como bons amigos, porque o seu ideal era outro. Contou-lhe que tinha dedicado toda a sua vida e sua virgindade a DEUS, que verdadeiramente era o seu grande amor e por quem o seu coração apaixonadamente pulsava forte com todas as veras de sua alma.
José ficou perplexo!... Não acreditava que estivesse ouvindo aquelas palavras... Como todo judeu queria casar, ter filhos e construir a sua descendência. Por isso, admirado com aquela revelação, não soube o que dizer! Sob a força das palavras da mulher que amava, via os seus sonhos soçobrarem como pequenos castelos de areia na praia destruídos pelas ondas do mar!
Passou vários dias meditando sobre eles, sobre o futuro e sua vida sem ela. Depois de muita reflexão, induzido por um raciocínio certo e equilibrado, encontrou uma solução que conciliaria o propósito de sua amada, com o dele. Na verdade José queria viver junto dela para sempre, pois sentiu que ela era insubstituível em sua existência, por suas excepcionais qualidades e sua fascinante beleza. Assim, com o coração transbordando de ternura foi ao encontro de MARIA... Fixou nela o seu olhar e com a convicção de ter feito a melhor escolha, propôs-lhe que ele também faria o voto de castidade perpétua se ela se casasse com ele, para juntos dedicarem a DEUS a virgindade do casal, o trabalho de ambos e a própria vida.
MARIA aceitou a proposta de José, porque compreendeu que era a solução ideal para os dois. Casados podiam cultivar a castidade sem que ninguém percebesse, concretizando o nobre e singular objetivo, para felicidade do casal e demonstração de um profundo e imenso amor ao CRIADOR.
Seguindo as leis e o costume judaico, foi feito o contrato de casamento, ficaram desposados. Em breve começaria os preparativos para a cerimônia das Bodas e a alegria já ocupava uma preciosa dimensão no coração dos noivos.
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